Philip Yancey conta a história de um amigo seu, nadador, que foi nadar no inicio da noite num grande lago. Enquanto estava nadando tranqüilamente a uns noventa metros da margem, uma inesperada neblina noturna inundou o lago. De repente não enxergava nada: nenhum horizonte, nenhuma baliza, nenhum objeto, nenhuma luz à margem. Como o nevoeiro dispersava toda a luz, nem mesmo conseguia identificar o lado onde o sol se punha. Durante trinta minutos debateu-se na água, tomado de pânico.
Começava a nadar numa direção, ficava inseguro, e virava noventa graus à direita ou à esquerda – não fazia qualquer diferença o lado para o qual ele virava. Podia sentir o coração batendo descontroladamente. Parava e flutuava, tentando conservar as energias, e se esforçava em respirar mais devagar. Então, às cegas começava de novo. Finalmente, ouviu uma voz fraca chamando da margem. Posicionou o corpo na direção dos sons e os seguiu até chegar em segurança.
Há momentos em nossa vida que são bem parecidos com a história deste nadador. Num dado período, estamos gozando de calma e tranqüilidade, porém, de maneira repentina, surge em nosso caminho uma grande nuvem espessa de tribulação. Ficamos assustados e sem saber o que fazer. A nossa reação é imediata. Tentamos de todos os modos nos livrar daquilo que está nos afligindo. Usamos a nossa força, inteligência, influência e outros mecanismos de ajuda, contudo, não atingimos a solução. Nossas orações fervorosas a Deus de nada valem.
Ele se mantém calado diante do nosso suplicar. Já frustrados com toda a situação, perguntamos: por que Deus mantém este terrível silêncio? Por que não responde ao meu clamor? Seria isto uma punição divina? Será que ele tem prazer em me ver sofrer deste modo? Afinal de contas, Deus é amor? Sentimo-nos sufocados e impotentes. As nossas forças se esvaem e um sentimento de abandono se apodera do nosso ser. Estamos sós?
Estes momentos são perigosos, pois podemos entrar em desespero e pensar que Deus não nos ama. Uma enxurrada de dúvidas invadem a nossa mente. Será que vale a pena servir a este Deus? Para que devo ir à igreja? Deus não está nem aí comigo... Somos tentados a olhar para o nosso vizinho, o qual "nunca deu a mínima importância para Deus e, apesar disto, não tem a metade dos problemas que eu tenho".
Nas ocasiões em que Deus parece distante, ou quando achamos que ele não está operando, é muito fácil nos afastarmos da Palavra. O passo seguinte é o desespero. Porém, quando fixamos os nossos olhos na soberania de Deus, podemos contemplar o seu amor e poder e assim, encontramos descanso para as nossas almas, mesmo que a nossa oração não seja atendida conforme pedimos.
Contudo, são momentos em que Deus opera maravilhosamente em nossas vidas. São momentos em que o Senhor está executando, em silêncio, o seu plano perfeito. Plano que nos envolve e a todos aqueles que estão à nossa volta. Que conforto encontramos nestas palavras: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século”. Mateus 28:18b e 20b. Se você está sob o silêncio de Deus não se esqueça: ele está trabalhando.
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