Henri Nouwen conta uma história de que estava certo dia se preparando para celebrar a Comunhão durante um dos cultos na capela da Comunidade L’Arche, quando uma mulher, com muita dificuldade para falar por causa de sua deficiência, foi até ele e perguntou: Você pode me dar uma benção? Ele respondeu que poderia e preparou-se para fazer uma oração formal, quando ela erguendo seus braços o interrompeu, dizendo: eu quero uma benção de verdade. Foi então que ele percebeu que a benção que ela queria era um abraço.
Segundo Nouwen, ela o queria todo seu ser envolvido nesta benção. Ele afirma que abraçou a mulher e disse que ela era única e amada de Deus e ela saiu muito feliz. Logo a seguir, outro membro da comunidade veio e disse: Eu também quero. E vieram outros. Um homem de vinte e cinco anos, um assistente que morava e servia na comunidade depois de haver feito a universidade, chegou também naquele momento e ele o abraçou dizendo: Evan, estou muito feliz por você estar aqui. Abraçando-o e continuou a dizer: O meu abraço é o abraço de Deus em você e Ele está dizendo: Você é o filho amado. Confie nisso e viva sua vida firmado nisso. Então, seu corpo tenso relaxou. Foi como se nunca alguém houvesse dito isso a ele, mas, naquele momento, ele estava pronto para ouvir.
Nouwen, afirma que foram os pobres, os deficientes os primeiros a ensinar-nos a pedir por uma benção. Os que mais sofriam abriram caminho e nos deram uma profunda lição, vinda de sua própria necessidade. Aqueles que podem morrer mais cedo que muitos de nós, por causa de suas deficiências, descobriram o profundo anseio do coração de cada ser. Encontraram uma esperança inextinguível.
Esta história reflete aquilo que deve ser a missão de uma comunidade cristã, promover a misericórdia e o amor de Deus entre nós. Com um abraço nós celebramos a alegria de partilharmos a vida entre aqueles que o Senhor uniu com um único propósito: promover o amor e permitir que as bênçãos que são decorrentes desta comunhão possam alcançar o mundo todo.
Este é o principio da comunhão, abençoar uns aos outros no amor de Jesus. Esta necessidade surgem pelos mais carentes, os pobres de amor, carentes da graça, deficientes de perdão e carinho, pois eles nos ensinam, que de nada adianta nossa muita espiritualidade e uma demonstração de fé exuberante, se a nossa vida não é partilhada com nosso irmão, se ele não sente o poder transformador do amor de Deus através de nós.
Portanto, construamos estas pontes de bênçãos, permitindo que todos possam provar do amor de Deus através de nossas vidas.
E você, já abençoou alguém com um abraço hoje?