Charles Swindoll, no livro “As Trevas e o Amanhecer”, conta a história de um velho chamado Ed, que todas as sextas feiras, com um balde cheio de camarão, sempre no final da tarde, antes do sol se pôr, caminha até o píer e senta-se na beira do ancoradouro do cais. Logo o velho Ed não estará mais sozinho, pois começam a descer dos céus dezenas de gaivotas em direção ao píer onde Ed está sentado, e logo ele está envolto pelas asas das gaivotas e por seus gritos. O velho Ed começa então, a jogar para os pássaros os camarões e se você se aproximar do velho Ed neste momento pode ouvir claramente ele dizer: Obrigado! Obrigado!
O nome deste senhor é Eddie Rickenbacker, herói da segunda guerra, nos EUA. Conta Swindoll, que em uma das suas missões, voando sobre o Pacífico, seu avião caiu no mar. Milagrosamente, os sete tripulantes sobreviveram e conseguiram sair do avião entrando num bote salva vidas. No oitavo dia a reserva de comida acabou. Eles não tinham comida, nem água; estavam a centenas de kilometros de distância da terra, sem comunicação, ou seja, só um milagre poderia salvá-los.
Naquela tarde, ele e os outros tripulantes, se reuniram para orar e pediram um milagre a Deus. Como estavam todos cansados eles logo dormiram. O velho Ed havia posto o quepe sobre a cabeça para proteger-se do sol e foi acordado com algo pousando sobre a sua cabeça. Notou que era uma gaivota. Numa ação rápida, ele pegou a gaivota e torceu seu pescoço e a matou.
Ele arrancou as penas e a tripulação faminta, pode saciar a sua fome. Com o que restou da ave, eles improvisaram iscas e pegaram peixes e fizeram mais iscas e pegaram mais peixes e mataram a fome e sobreviveram até serem encontrados e resgatados.
Eddie viveu muitos anos, mas nunca se esqueceu desta marcante experiência. Todas as vezes que ele vai até o píer nas sextas feiras à tarde e joga camarão para as gaivotas, ele repete sua gratidão: Obrigado! Obrigado! Obrigado! Relembrando o sacrifício daquela primeira gaivota salva-vida.
A nossa Páscoa é parecida com a história de Ed. Naquela manhã de domingo, um milagre aconteceu, o impossível tornou-se possível; o irreversível tornou-se reversível; a morte foi derrotada pela vida; o diabo já não teria poder sobre a vida dos homens que confessam sua fé em Jesus Cristo, e este ressurreto.
Um Novo Amanhecer surgiu – Jesus Cristo, o Filho de Deus, vivo, trouxe novamente esperança aos corações humanos, carentes das graça de Deus, ansiosos por sua justiça e necessitados de uma vida em comunhão com o Pai.
Naquele domingo a verdadeira Páscoa nasceu. A libertação das almas humanas do pecado e a reconciliação com Deus estava feita. Nascia o tempo da graça. Morria o tempo da lei. A lei, justa em si mesmo, serviria para indicar o caminho para graça, Jesus Cristo.
A graça seria o manifestar da presença de Deus no mundo, através dos seus Filhos. Como Maria Madalena, nós teríamos que viver a proclamar; “Eu Vi o Senhor”. Como os apóstolos, nós deveríamos correr o mundo a pregar a ressurreição de Cristo como forma de reconciliação de Deus com o mundo. Como Ed, nós deveríamos dizer todos os dias: obrigado, obrigado, obrigado!
Feliz Páscoa!